Largar tudo à sua volta e bater asas afastando-se do chão. Mas o tudo o que é? E o chão o que é?
Perceber-se rodeado por algo não simboliza uma prisão, à menos que esse algo não lhe diga nada. Atender, estupefado que seja, à inúmeras linha e setas e tracejados e pontilhados que nos levam de encontro à diversas coisas, nada mais é que reconhecer o nosso não-isolamento. Ainda que não nos acalente, seremos no mínimo integrantes de uma teia de solitários que assim se acham por outrossim não terem se encontrado. Não estamos sós, isso é fato.
O chão nada mais seria que uma superfície concreta onde pisamos, apoiamos nossos corpos e sobre o qual erguemos projetos. Seria então este o epicentro de nossa estabilidade "já tão esquecida" sobre o qual firmamos nossos sonhos em labirintos de cartas marcadas.
Então a reta, em um movimento ousado gira em torno de si mesma e retorna ao ponto de partida. Voar para quê? Para rejeitar aquilo do qual se faz parte? Para abandonar a base firme de seus projetos? Só para sentir o vento de encontro ao rosto e poder ver tudo pequeninho? Diminuir o tamanho das coisas à nossa vista não as diminui realmente. Nem as tornam mais fáceis.
No fim é como uma garota me disse: Somos Todos Imperadores Sérios em Quartos de Hospício.
sábado, 11 de julho de 2009
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